Para
começar é preciso dizer que há dois tipos de cuidadores: Cuidadores
formais e cuidadores informais, não estou me referindo a devotees,
somente “cuidadores”. O primeiro grupo está relacionado aos
profissionais da área de saúde. Geralmente são remunerados. Exemplo:
Médicos, enfermeiras, psicólogas entre outros.
O
segundo grupo, Cuidadores Informais, é o grupo dos leigos e familiares,
via de regra não são recompensados financeiramente pelos seus serviços.
Dentro desses dois grupos, Cuidadores Formais e Informais, é certo que encontraremos devotees.
Vejo
que existe certa confusão ao diferenciar um cuidador informal familiar
de um cuidador devotee. Ora, um devotee cuidador busca o “cuidar”, busca
o prazer de fazer parte do invólucro social do deficiente. Já o
cuidador familiar, quase sempre se encontra nessa situação porque foi
levado à ela. Portanto se não procurou, se foi levado à essa situação não é um devotee.
É
um erro atribuir ao devoteísmo cuidador um alto grau de altruísmo.
Mesmo não havendo qualquer contato físico ou sexual entre devotee
cuidador e deficientes há o componente “prazer”. O sentir-se bem
auxiliando é o que leva um devotee ao voluntariado. Nesse caminho pode o
devotee cuidador formal ou informal rasgar a seda que encobre seus
desejos e procurar o prazer sexual, mas não é regra.
Outro
fator que é preciso ser elencado: Alguns devotees cuidadores carregam
consigo – quase sempre inconscientemente - a imagem que estando perto
do deficiente terão atenção, carinho, notoriedade, enfim, terão prazer
em nosso Universo. Pode parecer estranho, mas basta prestar um pouco de
atenção para encontrar aqui ou ali devotees fascinados pelas nossas
almas, quando na verdade a terra que alicerça esse fascínio novamente é o
seu proprio deleite. Por isso o sexo não é o objetivo desses devotees.
Entre
tantos rótulos, vale à pena ressaltar que em alguns países são
considerados Devotos ou Devotees quem sente atração por amputados e
Admiradores àqueles que estendem a atração para outras deficiências
dentro de suas hierarquias pessoais.
Sendo
assim, o caleidoscópio do devoteísmo nos permite descobrir diversas
cores, formatos e dimensões dentro da complexidade humana. Devotees e
admiradores podem pincelar de características únicas a atração por
deficientes caminhando pelo vasto campo da sexualidade, ainda que, o
sexo a dois possa não existir como no voyerismo ou no “cuidar”.
Regina